Quando o tema é segurança no Banking as a Service (BAAS), não estamos falando apenas de firewall, criptografia ou camadas de infraestrutura. Estamos falando de confiança, de continuidade operacional e, em última instância, da sobrevivência da sua fintech ou plataforma financeira.
O modelo de BAAS permitiu que empresas de diversos segmentos – varejistas, marketplaces, plataformas digitais e fintechs – passassem a oferecer serviços financeiros sob medida, sem a necessidade de estruturar um banco tradicional. É um modelo poderoso, flexível e estratégico.
Porém, junto com a oportunidade, vem uma responsabilidade inegociável: tratar segurança da informação e rastreabilidade como pilares centrais do negócio, e não apenas como detalhe técnico.
Neste artigo, abordamos os principais riscos, o papel da rastreabilidade e como a Alphacode estrutura esses elementos em projetos de BAAS.
1. BAAS lida com dinheiro e dados críticos – isso muda o patamar de risco
Em aplicações tradicionais – como um app de delivery, um e-commerce ou uma plataforma de serviços – os riscos concentram-se em:
performance,
experiência do usuário,
estabilidade da aplicação.
Ainda que importantes, são riscos de outra natureza.
No Banking as a Service, a operação passa a lidar diretamente com:
saldos de contas vinculados a CPFs e CNPJs,
transações financeiras com valores reais,
dados sensíveis de documentos, contratos e autorizações,
instrumentos como Pix, boletos, CCBs, cartões e limites de crédito,
processos de autenticação, senhas, recuperação de acesso e antifraude.
Mesmo quando a liquidação é realizada por um banco parceiro ou instituição de pagamento, a percepção do cliente final é clara:
se algo der errado, a responsabilidade é da marca que ele enxerga na tela – a sua.
Por isso, segurança no BAAS não é apenas um requisito técnico; é um tema estratégico de negócio.
2. Riscos mais comuns em projetos de BAAS
Em projetos que aceleram o go-to-market e “encurtam caminho” em segurança, alguns padrões de risco aparecem com frequência:
Ausência de controle de acesso por perfil
Perfis internos e serviços enxergando dados e funcionalidades além do necessário.APIs sensíveis com autenticação inadequada
Endpoints críticos protegidos de maneira frágil ou com chaves mal gerenciadas.Cálculo e exibição de saldos sem consistência transacional
Valores exibidos em cache que não refletem o estado real das contas.Logs insuficientes ou pouco granulares
Dificuldade para reconstruir o histórico de uma operação financeira em caso de incidente.Backups sem política clara e sem testes de restauração
Risco elevado em situações de falha de infraestrutura ou perda de dados.Ambientes compartilhados, sem isolamento entre instâncias ou clientes
Aumento do risco de vazamento de informações e de impactos cruzados entre projetos.Requisições vulneráveis à manipulação direta
Possibilidade de alterar status de pagamentos ou saldos a partir de chamadas manuais de API.
Na prática, muitos desses problemas não aparecem nos estágios iniciais do projeto. Eles surgem quando a operação cresce, o volume de transações aumenta e a complexidade regulatória e de auditoria se torna mais evidente.
3. Segurança no BAAS é responsabilidade de negócio, não apenas de TI
Reduzir segurança a “proteger contra hackers” é uma visão limitada.
Em operações financeiras, boa parte dos incidentes relevantes está ligada a:
falhas de processo,
ausência de governança,
decisões de arquitetura que não consideram o ciclo de vida completo da operação.
Por isso, rastreabilidade deixa de ser um “plus” e passa a ser um requisito central.
Um sistema financeiro sem rastreabilidade adequada expõe a organização a riscos de:
inconformidade regulatória,
perda de confiança de parceiros e clientes,
dificuldade para responder a questionamentos de auditoria ou órgãos supervisores.
Em uma arquitetura de BAAS madura, a organização precisa ser capaz de responder, com objetividade:
Quem iniciou determinada transação?
De qual IP e dispositivo partiu o acesso?
Quem alterou o status de um pagamento ou liquidação?
Quando a operação foi processada e por qual sistema ou usuário?
Houve reversão ou ajuste? Em que contexto e com qual aprovação?
Essas respostas são essenciais para governança, gestão de risco, auditoria e relacionamento com reguladores e parceiros financeiros.
4. Elementos de uma rastreabilidade robusta em BAAS
Ao falar em rastreabilidade em Banking as a Service, alguns elementos estruturantes são indispensáveis:
4.1 Logs completos por movimentação de saldo
Cada operação que impacta saldo – crédito, débito, estorno, ajuste – deve gerar logs com:
identificador do usuário ou sistema,
data e hora com precisão adequada,
parâmetros relevantes da requisição,
identificação de integrações externas (bancos liquidantes, PSTIs, registradoras, etc.).
4.2 Trilhas de auditoria fora do banco de produção
As trilhas de auditoria devem ser armazenadas em camada própria, separada do banco transacional principal, com:
serviços ou bancos de log dedicados,
políticas de retenção e acesso alinhadas a requisitos regulatórios,
controles rigorosos de quem pode consultar, exportar ou manipular essas informações.
4.3 Operações críticas com autenticação reforçada
Ações como reversões, estornos, ajustes manuais e alterações em dados sensíveis devem:
exigir autenticação adicional,
seguir fluxos de aprovação claros,
gerar registros assinados ou atestados de forma a evitar contestação futura.
4.4 Integrações documentadas e monitoradas
Conexões com parceiros – como PSTIs, bancos liquidantes, bureaus de crédito e registradoras – precisam:
estar bem documentadas,
ser continuamente monitoradas (erros, latência, indisponibilidade),
permitir correlação entre eventos internos e externos por meio de IDs consistentes.
4.5 Logs imutáveis, criptografados e auditáveis
A trilha de auditoria deve ser:
protegida por criptografia em repouso e em trânsito,
acessível apenas a perfis devidamente autorizados,
preservada de forma a impedir alterações não rastreáveis.
Em resumo, rastreabilidade é o que diferencia uma operação financeira confiável de uma estrutura vulnerável a incidentes e questionamentos.
5. Como a Alphacode estrutura segurança e rastreabilidade no BAAS
A Alphacode atua como parceira tecnológica para empresas que desejam operar serviços financeiros com responsabilidade, escalabilidade e aderência regulatória.
O Mosaico Banking, core bancário modular da Alphacode, foi desenhado considerando segurança e rastreabilidade como pilares centrais. Entre os recursos e práticas adotados, destacam-se:
Controles de acesso por perfil e por rota
Cada usuário, serviço e integração possui permissões claramente definidas, reduzindo superfícies de risco.Logs detalhados por tipo de transação
Toda movimentação financeira gera registros estruturados, permitindo investigações precisas e auditorias eficientes.Backup automático e replicação segura
Políticas de backup, retenção e recuperação planejadas para garantir continuidade da operação.Ambientes isolados por cliente
Arquitetura com instâncias separadas por operação, garantindo isolamento lógico e maior segurança.Integração com PSTIs homologadas e infraestrutura financeira brasileira
Conectividade com ecossistemas como SPI, DICT, CIP e registradoras, alinhada às boas práticas de governança e compliance.
Mais do que entregar tecnologia, a Alphacode apoia seus clientes na estruturação de processos, critérios de segurança e modelos de rastreabilidade, considerando o contexto de cada operação e os requisitos de parceiros bancários e auditorias.
Conclusão: segurança no BAAS é um ativo estratégico
Oferecer serviços financeiros por meio de Banking as a Service é uma excelente oportunidade para gerar novas receitas, fortalecer o relacionamento com o cliente e diferenciar sua marca.
No entanto, essa oportunidade só se sustenta, no longo prazo, quando segurança, rastreabilidade e governança são tratadas como prioridades desde o início.
Se a sua empresa está planejando lançar uma fintech, adicionar uma camada financeira ao seu negócio ou revisar a arquitetura atual, este é o momento de responder com sinceridade à pergunta do título:
a segurança do seu BAAS está no nível que o seu cliente, seus parceiros e os reguladores esperam?
Caso a resposta ainda seja “não” – ou “ainda não tenho certeza” – o time da Alphacode pode apoiar na avaliação da sua arquitetura, na definição de requisitos de segurança e na implantação de uma base tecnológica preparada para crescer com responsabilidade.
Fale com a Alphacode e descubra como transformar segurança no BAAS em vantagem competitiva para a sua operação.

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